Resumo
Larry Page, cofundador do Google, lançou a Dynatomics, uma startup que usa IA para criar designs otimizados na manufatura. Liderada por Chris Anderson, a empresa aplica grandes modelos de linguagem para reduzir custos e acelerar a produção de objetos físicos, marcando uma nova fase na carreira de Page após deixar a Alphabet em 2019. A iniciativa promete impactar indústrias globais, mas opera em sigilo enquanto enfrenta concorrentes.
Ponto Central
Quase três décadas após fundar o Google e transformar a forma como o mundo busca informações, Larry Page está de volta ao jogo – mas dessa vez com um objetivo diferente. Em 6 de março de 2025, o NeoFeed revelou que o cofundador do Google criou a Dynatomics, uma startup que usa inteligência artificial (IA) para revolucionar a fabricação de objetos físicos. Longe do dia a dia da Alphabet desde 2019, Page agora lidera um pequeno time de engenheiros para aplicar grandes modelos de linguagem (LLMs) na criação de designs otimizados, que podem ser produzidos em fábricas com mais eficiência e menor custo. É uma virada de página na carreira de um dos maiores inovadores do Vale do Silício.
A Dynatomics não é apenas um projeto paralelo – ela reflete uma tendência crescente no uso de IA para além do digital. Segundo o NeoFeed, a startup, liderada operacionalmente por Chris Anderson (ex-CTO da Kittyhawk, outra empresa apoiada por Page), quer transformar a manufatura ao usar LLMs para projetar desde peças de máquinas até produtos do dia a dia. Imagine uma bicicleta com peso reduzido em 20% sem perder resistência, ou uma turbina eólica desenhada para maximizar energia com menos material – tudo isso criado por uma IA em minutos, não meses. Page, que já foi pioneiro em carros autônomos e aviões elétricos, agora aposta que a IA pode ser a próxima fronteira da inovação física.
Por exemplo, em vez de um engenheiro passar semanas ajustando o design de um motor, a Dynatomics pode gerar dezenas de versões em horas, testá-las virtualmente e entregar a melhor opção para produção. Isso reduz custos e acelera o ciclo de desenvolvimento, algo crucial em indústrias como automotiva, aeroespacial e bens de consumo.
A startup opera em sigilo, mas já atrai atenção. Chris Anderson traz experiência da Kittyhawk, que tentou (sem sucesso) criar aviões elétricos acessíveis, e agora foca em aplicar IA à manufatura. Page, como visionário e financiador, mantém um papel estratégico, enquanto sua fortuna – estimada em US$ 112 bilhões em 2025 – dá à Dynatomics fôlego para competir num mercado aquecido por nomes como PhysicsX e Orbital Materials, que também exploram IA na engenharia.
Por Que Isso Importa?
A manufatura global movimenta trilhões de dólares, mas é lenta para adotar inovações. Um estudo da McKinsey de 2024 estima que a IA pode cortar custos de produção em até 30% e reduzir o tempo de design em 50%. Para o Brasil, onde a indústria enfrenta desafios de competitividade, empresas como a Dynatomics poderiam inspirar avanços locais – imagine a Embraer usando IA para otimizar aviões ou a Tupy criando peças automotivas mais leves. Na prática, a Dynatomics pode ajudar desde startups até gigantes industriais a fabricar mais com menos, um impacto que vai além do Vale do Silício.
O Contexto de Larry Page
Page deixou a Alphabet em 2019, mas nunca abandonou a inovação. Após o Google, ele investiu em projetos ousados como a Kittyhawk e a Zee.Aero, ambas focadas em mobilidade aérea. A Dynatomics é um retorno às suas raízes de engenharia – ele é formado em ciência da computação pela Universidade de Michigan – e reflete sua crença no potencial da IA para resolver problemas reais. Enquanto Sergey Brin voltou ao Google em 2023 para liderar projetos como o Gemini AI, Page escolheu um caminho independente, mostrando que ainda tem muito a oferecer ao mundo da tecnologia.
Aqui está uma tabela com prós e contras da Dynatomics:
Contraponto
A Dynatomics tem potencial, mas não está livre de desafios. Sua abordagem sigilosa levanta dúvidas sobre viabilidade e escalabilidade – sem detalhes públicos, é difícil avaliar o progresso real. A concorrência é feroz: startups como PhysicsX e Instrumental já oferecem soluções de IA para manufatura, algumas com clientes estabelecidos. Há também o risco de resistência da indústria, que pode hesitar em adotar designs gerados por IA sem validação extensiva. Por fim, a dependência de Page como financiador pode limitar a autonomia da startup se ele mudar de foco novamente.
Visão do Futuro
Se a Dynatomics decolar, poderá liderar uma onda de manufatura impulsionada por IA, com fábricas produzindo desde carros até eletrodomésticos de forma mais barata e sustentável. Até o final de 2025, espera-se que a startup revele protótipos ou parcerias com indústrias, como a automotiva ou aeroespacial. A longo prazo, a tecnologia pode chegar ao Brasil, ajudando a modernizar setores como o metalúrgico ou de bens de consumo. Mas o sucesso dependerá de superar a concorrência e ganhar a confiança dos fabricantes tradicionais.
Minha Opinião
A Dynatomics é um reflexo da genialidade inquieta de Larry Page, alguém que não se contenta em descansar sobre os louros do Google. Sua aposta na IA para manufatura é ousada e alinhada ao momento atual, onde a tecnologia está transbordando do digital para o físico. Ainda assim, vejo com cautela: o sigilo pode ser uma estratégia para surpreender o mercado, mas também sinaliza incertezas. Acredito que o projeto tem potencial transformador, especialmente em um mundo que busca eficiência, mas Page precisará provar que a Dynatomics é mais que uma ideia visionária – ela precisa entregar resultados concretos para justificar o hype.
Fontes
- Virada de Página: Larry Page, Cofundador do Google, Cria Startup de Inteligência Artificial – NeoFeed
- Larry Page, Cofundador do Google, Pode Ter Criado uma Nova Startup de IA – Época Negócios
- McKinsey: The Economic Potential of Generative AI – McKinsey & Company
